quinta-feira, 27 de junho de 2013

Plebiscito deve ser enviado ao Congresso na próxima semana

Após reunião, Renan Calheiros diz que consulta vai indicar os rumos da reforma política. Temas devem ser financiamento de campanha e sistema de votação. População pode responder a partir de quando as regras vão valer

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Renan participou de uma reunião com Dilma, Temer e líderes no Senado
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quinta-feira (27) que a mensagem presidencial pedindo a realização de um plebiscito para tratar da reforma políticadeve ser enviada na próxima semana ao Congresso. As perguntas a serem feitas a população ainda não estão prontas, mas financiamento de campanha e o sistema de votação estarão presentes. Além disso, a população pode ser consultada a partir de quando as regras valerão.
Após reunião com a presidenta Dilma Rousseff, que contou com a presença de senadores da base governista, do vice-presidente da República, Michel Temer, e dos ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o peemedebista afirmou ser fundamental que o governo federal indique os rumos da reforma. Ele defendeu o uso de um plebiscito pelo fato de o Congresso não conseguir aprovar mudanças mais profundas na legislação eleitoral.
“O referendo é a inversão do processo. O plebiscito vai dar o rumo para a reforma política. Se o Congresso não conseguiu entregar a reforma política, como referendar uma reforma política que ele nem entregou à população?”, respondeu, ao ser questionando sobre a possibilidade de um referendo ocorrer após o Congresso aprovar mudanças no atual sistema eleitoral brasileiro.
Além disso, ao ser questionado se as modificações valeriam para 2014 mesmo se aprovadas depois de outubro, Renan afirmou que a população pode ser provocada a decidir a questão. O artigo 16 da Constituição prevê que a lei que alterar o processo eleitoral só se aplica à eleição que ocorra após um ano da data de publicação.
“Se o resultado do plebiscito mandar excepcionalizar a regra constitucional, isso pode ser feito por meio de emenda à Constituição. Se a população, consultada por meio do plebiscito, entende que não deva observar o prazo de um ano para estabelecer a regra eleitoral, isso será feito pelo Congresso”, afirmou Renan.
Prioridades
Mais cedo, após reunião com os presidentes de partidos da base governista, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que o plebiscito vai decidir os “pilares da reforma”. No entanto, ressaltou que quem terá a última palavra sobre a reforma será o Congresso. “O plebiscito é um instrumento muito importante de participação popular na reforma política. Ele não permitirá discutir todas as questões porque é uma matéria extremamente complexa, mas povo decidirá os pilares da reforma, os aspectos fundamentais”, disse, segundo a Agência Brasil.
De acordo com o ministro, os presidentes dos partidos colocaram dois temas como prioritários: o financiamento de campanha e o sistema de votação. O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), disse as conversas para a realização do plebiscito estão bem encaminhadas. Na Câmara, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) foi indicado para comandar um grupo que terá a função de elaborar as questões. Antes, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) será consultado sobre o assunto.

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